Existe frequência ideal para evacuar?
Retocolite Ulcerativa
A Retocolite Ulcerativa é uma doença de inflamação apenas da mucosa do intestino grosso (cólon).
Diferente da Doença de Crohn, ela não afeta o ânus ou outros órgãos.
Isso é essencial na diferenciação na hora do diagnóstico.
O que provoca a Retocolite Ulcerativa?
Assim como na Doença de Crohn, a causa da Retocolite Ulcerativa não esté bem estabelecida.
Mas acredita-se ser uma combinação entre fatores genéticos, imunológicos e fatores ambientais como alimentação, condições sanitárias e flora intestinal.
O que influencia exatamente nestes fatores ambientais ainda não está comprovado, mas estudos mostraram o aumento de casos da doença em pessoas que saíram de locais de baixo risco e foram morar em comunidades ou países com alta incidência da doença.
Isto pode estar relacionado a alta ingesta de alimentos processados na cultura ocidental.
Os estudos genéticos mostraram que a doença tem um componente familiar importante, assim como pode ser um caso isolado de defeito genético.
Quais os sintomas de colite?
A diarreia é o principal sintoma na Retocolite Ulcerativa, e geralmente associada a outras queixas:
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dor abdominal,
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sangramento,
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febre,
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dores articulares,
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perda de peso,
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anemia,
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e muco nas fezes.
A inflamação exclusiva do reto (retite ou proctite) é uma apresentação comum na Retocolite Ulcerativa, com queixas de dor anal, desejo constante de evacuar, saída de sangue ou muco pelo ânus.
Outra situação importante e associada à Retocolite Ulcerativa é a Colangite Esclerosante, que é uma doença nos canais biliares no fígado, levando a dor e pele amarelada (icterícia).
E como diagnosticar?
A colonoscopia é o exame mais importante no diagnóstico da Retocolite Ulcerativa, para avaliar a extensão da inflamação e complementar os estudos com biópsias.
Outros exames são importantes para diferenciar entre Retocolite Ulcerativa e Doença de Crohn, e afastar outras causas de inflamações intestinais.
Na investigação pode ser preciso realizar endoscopia, exames de sangue, exames de fezes, sorologias, pesquisa de intolerâncias alimentares, e exames de imagem (tomografia e ressonância).
A confirmação do diagnóstico de Retocolite Ulcerativa nem sempre é fácil ou rápido.
Tratamento da Retocolite Ulcerativa
No tratamento da Retocolite Ulcerativa é a equipe deve ser composta por médico, nutricionista e psicólogo.
A interação multidisciplinar e a individualização do tratamento são as chaves para um bom resultado.
As medicações são divididas em corticóides, salicilatos (Mesalazina e Sulfassalazina), imunomoduladores (Azatioprina e Metotrexato), e os biológicos (Infliximabe, Adalimumabe, Ustequinumabe, Vedolizumabe, etc.)
A escolha e necessidade destas medicações variam de acordo com a apresentação e a gravidade em cada indivíduo.
Felizmente o desenvolvimento de novas medicações e tecnologias estão avançando continuamente, assim como o entendimento da doença, o que traz novas conquistas na qualidade de vida e tratamento.
Orientações
A orientação nutricional e o suporte psicológico são essenciais para melhora na qualidade de vida e controle dos sintomas.
O apoio emocional e mental interfere diretamente na prevenção de crises e exarcebações da doença.
Cirurgia na Retocolite Ulcerativa
A cirurgia na Retocolite pode ser necessária em caso de alguma complicação, ou quando não há resposta ao tratamento clínico.
Diferente da Doença de Crohn, a cirurgia para retirada completa do intestino grosso pode levar à cura da doença.
No entanto isso não significa que a cirurgia seja a opção mais rápida ou fácil para o tratamento da Retocolite.
Por ser uma cirurgia de grande porte, ela traz riscos e consequências que só compensam em pacientes que não tiveram melhora com o tratamento clínico.
Cirurgia na Retocolite Ulcerativa
As doenças inflamatórias intestinais precisam de tratamento constante e por toda a vida.
O controle correto da inflamação é o que previne o surgimento de complicações.
Uma das complicações das doenças inflamatórias intestinais é o desenvolvimento de câncer de intestino.
Isso pode ocorrer após alguns anos da doença (em geral após 7 anos da Retocolite Ulcerativa e 10 anos na Doença de Crohn).